sábado, 9 de janeiro de 2010

Post de Inauguração

Então, como meu primeiro post decidi colocar uma parte do que ando escrevendo, espero que gostem. O título é "Era uma vez Eu".

Prólogo

Eu sempre morei em Aliança, uma cidade pequena com aproximadamente 3.000 habitantes.Ela fica há cinco horas ao Sul do Rio de Janeiro, é uma cidade pouco conhecida até por quem mora por perto.
Acho que pode ser chamada de cidade modelo, mas não tenho realmente como comparar, eu já disse, eu sempre morei na cidade de Aliança, então tudo que eu sei a respeito das outras, vi em noticiários ou li em jornais.
Assalto por aqui é uma coisa rara, mas acontece.Também quem seria o idiota que assaltaria uma cidade onde quase todos se com conhecem? Homicídios não existem nos boletins policiais daqui.

Eu moro em uma casa bege, quadrada, com telhado marrom e janelas de vidro, na Rua Véspera, mas conhecida como rua seis, pelo numero de uma antiga e enferrujada placa que fica no seu início desde que eu era garotinho.Minha casa tem um muro baixo...
É existe um muro, afinal estamos no mesmo país não é?
...É uma casa não muito grande, o suficiente para eu ter meu próprio quarto, meu pai seu escritório e mamãe seu cantinho para pintar.
Eu me chamo Daniel Oliveira, e aos dez anos eu era magricela, não muito alto, tinha o rosto fino, com a pele morena, meus cabelos eram enrolados atrás das orelhas, tenho olhos pretos e minhas sobrancelhas são um pouco espessas.
Meus melhores amigos eram Pedro, um garoto negro um pouco mais alto que eu, de olhos redondos, braços e pernas finas, com cabelo curto cortado a maquina.Samuel, que tinha a pele clara, o rosto quadrado, era grande para seus dez anos, seus cabelos eram queimados pelo sol, não chagava a ser loiro, eram caídos por cima dos olhos e por trás das orelhas.E Adriana, a quem eu chamava de Drica, e como todas as garotas de nove anos, ela não se preocupava com a aparência.Tinha os cabelos cor de chocolate, curto nos ombros, os olhos estranhamente em um tom de Âmbar, tinha um perfume natural doce, não tinha corpo nenhum, era um menino sob todos os aspectos, a não ser pela fita rosa que sua mãe a forçava usar.
Nós sempre brincávamos de correr na beira do rio que tinha no final da cidade.Corríamos por toda sua extensão até o galpão velho de pescaria.
Pois a praça que tinha ali perto já tinha um “dono”, Henrique e seu bando implicavam com garotos menores do que eles. Apesar de ele ser apenas um ano mais velho que eu, metia medo até nos garotos de quinze.
Ele, e seu bando formado por Caio, Cesar e Emily, que era uma garota perversa, certa vez colocaram Samuel dentro da lata de lixo do parque, quando fomos lá um dia. Paramos de ir lá depois disso.
Pedro e Samuel moravam duas ruas depois da nossa, então iam embora com suas bicicletas mais cedo, enquanto eu e Drica íamos pra casa verde dela em frente a minha para ver DVDs.
Entravamos correndo todas às vezes, e todas escutávamos a voz de Cristina, sua mãe falar:
- Devagar! Não vão querer cair!
Mas nós íamos correndo escada acima mesmo assim.
Ficávamos em seu quarto rosa vendo filmes até o telefone tocar, e minha mãe do outro lado da linha dizer para eu ir pra casa.
Eu nunca via o final do filme que começávamos a ver.
Minha mãe se chama Luiza era uma mulher negra, com o cabelo afro enrolado alto na cabeça.Era pintora tinha um pequeno atelier no quintal de trás.Ela quase nunca me dava broncas, dizia que eu não merecia.
Carlos era meu pai, alto de pele clara os cabelos lisos e pretos.Promotor de Aliança, ele era sempre mais rígido comigo em relação aos estudos, queria que eu fosse um Doutor também.

Meus dias preferidos eram os domingos quando ele não trabalhava.Domingos de frio na realidade, quando ele vinha até meu quarto usando sua jaqueta jeans com o desenho do cristo redentor nas costas. Ele me acordava e me pegava no colo, eu sentia a jaqueta fria tocando a minha pele.Ele descia as escadas, ligava a TV e ficávamos ali a manhã inteira vendo os desenhos, com mamãe preparando nosso café.Depois ela se juntava a nós.
O outro era quando tio Lucio, ou Lu como eu o chamava, vinha para jantar todas às quartas.Ele morava na cidade, mas no centro, num quarto com banheiro.Então contra a vontade de papai, mamãe convidava-o para o jantar.
- A única família dele por perto somos nós, ele tem que sentir que pode contar conosco! – mamãe dizia sempre antes de convidar.
Papai não gostava muito dele, nunca se deram bem, nem quando viviam sob o mesmo teto.Papai dizia que ele nunca daria boa coisa.
Bem, até agora ele nunca provou que papai estava certo.O problema é que ele nunca provou que ele estava errado também...

3 comentários:

Unknown disse...

Vc é demais mesmo, garoto!!
A cada dia sinto-me mais orgulhosa!
Acaba logo esse livro, quero estar na primeira fila da platéia do Jô Soares, te aplaudindo no lançamento...rs
E os desenhos...putz...cada vez melhores!
Babo no q vc desenha, escreve, na na sua inteligência, maturidade...Sou sua fã em tudo!!!
Sua prima
Monique Pappacena

Unknown disse...

cara tenho orgulho de ser sua irmã, termina logo essa história pra eu saber o final!rs
sabe que eu tô na torcida por você, sabe que um dia vai dá certo, é só esperar! :)

Tuane Lima

Thiago Bastos disse...

Adorei, você tem futuro.

Postar um comentário